quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

o Zé

Primeiro, foi timidamente um senhor respeitável do FMI a falar sobre a necessidade de flexibilizar o mercado de trabalho. Depois, um honesto banqueiro, de nome alemão e apoiante do Cavaco e do Santana, a falar sobre o mesmo assunto (poucas horas depois), a seguir o inevitável homem de mão, o sujeito do costume, com o seu ar sério de fotografia, o peão, o pequeno homem das grandes causas, o homem do Iraque e das armas de destruição maciça (aposto que se te pedissem....) apresento-vos o "barrosão", o José Manuel Fernandes (aparece sempre).

Agora, Zé, são os instalados? Antes os desempregados, né? Antes e sempre os Funcionáros Públicos?

Ó Zé, até te compreendo. Há que ganhar a vida. Sempre recebes umas coroas, apareces nos jornais, sobes na vida (tens filhos para sustentar, imagino, ó Zé). Um gajo faz tudo pelos filhos. Precisam de emprego (num Gabinete, talvez?), um curso em NY ou em Londres. Eu também o faria. A sério. Sou pai.

Mas, em vez de deitares abaixo uns desgraçados (a grande causa) porque não te dedicas a lamentar a sorte dos que trabalham (logo, os instalados), que estão a recibos verdes, que têm filhos (como tu?), que não conhecem (como tu!) os grandes patrões, e que, de um momento para o outro, não pagam a casa, as prestações do carro, o PPR Leve (25 euros mês), a conta do gás, e por aí adiante?

Garanto-te, que se o fizesses (isto entre nós), te daria de bom grado uns vinte euros mensais (chamam-lhe lobby (é legal, não é?)), e arranjava mais meia dúzia dispostos a fazer o mesmo.

Junta-te a nós, Zé.